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Foto: Locais que Luciana visitou a trabalho

Saiba Mais

A marinha mercante é o conjunto das organizações, pessoas, embarcações e outros recursos dedicados às atividades marítimas, fluviais e lacustres de âmbito civil, ela constitui o ramo civil da marinha.

A marinha de comércio é responsável, essencialmente, pelo transporte marítimo de pessoas e mercadorias. Em sentido lato, o transporte marítimo inclui, não só o transporte através de mar aberto, mas também através de rios, canais e lagos.


Atualmente, a marinha de comércio dedica-se, sobretudo, ao transporte de mercadorias.

Yo soy mariñero

Por Lara Brayner e Raissa Hilgenberg



Uma profissão desafiadora que requer coragem para que sejam encarados novos desafios a cada dia em alto mar. Esse é o oficial de náutica.

 

Todos os anos, milhares de pessoas embarcam em navios, a maioria  para curtir férias. Mas tem quem faça essa viagem por outro motivo: trabalho.

Entre muitas profissões que podem ser desempenhadas no mar, está a de oficial de náutica. Executada dentro de um navio, este trabalho necessita de profissionais treinados e capacitados que se encarregam por toda a embarcação encarando, diariamente, os desafios de uma vida no mar.



Encarregado pela navegação, operação e gerenciamento dos equipamentos de convés e da comunicação do navio, o profissional também pode ser chamado de "oficial de pilotagem” ou "piloto". Sua função começa como "oficial de quarto de navegação", sendo depois "imediato" e, em seguida, "comandante".

Escola preparatória 

Para ingressar nesta profissão é necessário que o candidato tente uma vaga na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (Efomm), conhecida como a ‘Universidade do Mar’ e que abre concursos anualmente. No Brasil, existem duas escolas de preparação: CIAGA: Centro de Instrução Almirante Graça Aranha-, no Rio de Janeiro, e o CIABA:O Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar, em Belém.


É durante a Efomm que o aluno escolhe exercer a função de Náutica ou de Máquinas, esta, responsável pela manutenção, operação e gerenciamento das máquinas, motores e equipamentos que compõem todos os sistemas do navio. Nos dois cursos, os alunos estudam na Escola em regime de internato durante quatro anos.


Após o término do terceiro ano ocorre o período de estágio (chamado de praticagem). O exercício tem duração de um ano embarcado.  Ao fim do curso, o aluno é declarado Bacharel em Ciências Náuticas, que é reconhecido como curso de nível superior.

Este foi o caso da segunda oficial de náutica Luciana Soares, 23 anos, formada desde 2009. “No 3º ano do ensino médio tive conhecimento sobre a Efomm. 
Na época, fiz a prova e, após ser admitida, resolvi ir para descobrir se gostava da profissão”, conta.


Para quem deseja ingressar na Efomm, ela dá a dica: “Eu aconselho que o aluno tente reforçar os estudos, principalmente, em Física e Inglês. Essa era umas das minhas grandes dificuldades, mas consegui superar”. Além disso, também caem na prova o teste de conhecimento em Português, Redação e Matemática.

 

 

Vida de marinheiro

A oficial ressalta que o início embarcado pode ser bem difícil, mas que, com o tempo, aprende a conviver. “Passo 28 dias no mar e 28 dias em terra. Chego a trabalhar 12 horas diárias, o que ajuda a passar o tempo no mar. No começo foi complicado me habituar com a rotina, mas depois me acostumei”.

Atualmente Luciana trabalha na empresa NorSkan Offshore,  uma das principais prestadoras de serviços de ponta para a indústria de petróleo e gás no Brasil. “Minha função é ficar no passadiço como oficial de navegação. Diariamente acompanho a navegação e, caso necessário, vou corrigindo o rumo, acompanho a carga/descarga e auxilio na comunicação. Mas isso varia, no meu caso, por exemplo, a minha embarcação é de instalação de equipamento submarinos, além de suporte à plataformas”, detalha.

Conviver longe da família e perder datas especiais é outro fator da profissão. “Já passei aniversários embarcada, e já pedir casamentos e festas familiares, mas acredito que tudo acaba sendo compensando depois. Não me imagino em outra profissão”, conclui.

 

 

À deriva

Para alguns, o benefício de se trabalhar em alto mar são as viagens que se pode fazer por todo mundo. No caso de Luciana, não foi diferente. Após se formar na Efomm, a oficial foi trabalhar na Transpetro (Petrobras) e alguns meses depois surgiu o primeiro destino internacional: a China.

A principio, a viagem que deveria ser de apenas três meses, acabou se prolongando por cinco. “Estava tudo programado. Seria um mês para chegar, outro na China e mais um mês para voltar”, detalha. Entretanto, na metade do percurso, o navio teve um problema técnico e acabou ficando à deriva no Oceano Indico.
“Não imaginava que isso pudesse acontecer, mas conseguimos contornar a situação. Só não foi possível continuar com o cronograma inicial e a viagem se estendeu por mais dois meses”, lembra Luciana.

Apesar do susto, a oficial conta que a viagem foi realizada sem mais problemas e a experiência jamais esquecida. “Passei mais de um mês na China e, ainda, tive a oportunidade de conhecer Cingapura e os Emirados Árabes durante a volta para casa”, finaliza.

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