O segredo nas mãos dos chaveiros
Por Ícaro Costa Paio
Ser detalhista, habilidoso, simpático, honesto e, principalmente, confiável. Estes são alguns dos pré-requisitos para quem quiser se tornar um chaveiro. “O profissional desse ramo precisa transparecer para o cliente que é digno de confiança, afinal de contas, o chaveiro vai fazer cópias de chaves de bens bastante valiosos para o cliente, como uma casa, carro ou cofre. É uma atividade de extrema responsabilidade”, afirma Bruno Mont'Alverne que há mais de 5 anos exerce a profissão e é dono de um quiosque na capital cearense.
O profissional dessa área também precisa ser pontual nos agendamentos e estar disposto a atender clientes em horários pouco convencionais, considerando que muitos acidentes – como o esquecimento ou a perda da chave de casa – ocorrem no período da noite ou mesmo na madrugada.
Atualmente, a procura pelos serviços de chaveiro não se limita a fazer cópias de chaves. Com o surgimento da novas tecnologias e os novos produtos de segurança, o profissional dessa área precisa ter um bom conhecimento sobre o ramo.
Para os chaveiros que pretendem ter sucesso na carreira e ganhar um bom dinheiro, Bruno diz: “É preciso se especializar na área fazendo cursos e mais cursos e ficar sempre atualizado com as novidades do mercado. Fazer as cópias e abrir um cadeado são atividades básicas. Com os novos recursos, o chaveiro precisa entender sobre cadeados especiais, chaves e dispositivos com senhas, fechaduras tipo tetra e quádrupla e muitos outros serviços”.
De acordo com o proprietário do quiosque A & B Chaves e Carimbos, para o seu negócio dar certo em meio à concorrência, um importante fator é saber administrá-lo. “Tem que atender bem o cliente, investir na publicidade e oferecer produtos e serviços diferentes”, comenta Bruno que também vende chaves coloridas e temáticas, carimbos, relógios e chaveiros.

Bruno Mont'Alverne, chaveiro no horário comercial e surfista nas horas vagas. FOTO: ÍCARO COSTA PAIO.
Tudo em família
Na maioria dos casos, a profissão de chaveiro é passada de geração para geração. E com Bruno não foi diferente. “Aprendi tudo com meu tio que já era do ramo. Comecei a trabalhar no quiosque que pertencia a ele. Naquela época só fazia o básico mesmo que era fazer cópias das chaves mais simples (modelo tipo yale) e ainda fazia mais ou menos”, recorda.
Depois de um tempo trabalhando com o tio e aprendendo na prática o ofício, ele acabou montando seu próprio negócio. “Após cinco anos trabalhando juntos, meu tio acabou se voltando mais para a loja dele - que também tem relação com a atividade de chaveiro - e eu acabei herdando esse espaço do quiosque que era dele. O bom foi que acabei me tornando o meu próprio chefe”, comemora Bruno que durante as horas vagas (só aos domingos) costuma sair com a família e surfar nas praias da Taíba, Praia do Futuro, Icaraí e Pecém.
Dentre alguns casos curiosos ligados à profissão, Bruno lembra: “Por voltas das 9 horas da manhã, apareceu um rapaz aqui no quiosque pedindo que eu abrisse o portão de uma casa que ficava vizinha a empresa dele. Eu estranhei aquilo. Mas aí ele falou que era porque nessa casa morava um senhor que não aparecia há mais de cinco dias. E tanto esse rapaz quanto os outros moradores estavam suspeitando que este senhor estivesse morto dentro da casa. Chegando lá, abri o portão e logo senti aquele mau cheiro. Quando entraram em um dos quartos, viram que o senhor tinha se enforcado. Foi história muito louca”.









"Se você quer mesmo
seguir na carreira
é preciso investir
sempre no conhecimento
para se manter no mercado"
Bruno Mont'Alverne
Áreas de atuação
Para os chaveiros que pretendem ter seu próprio negócio a dica é instalar o quiosque nos espaços reservados para serviços nos shoppings e estacionamentos de supermercados, como também em lojas de materiais para construção e em avenidas comerciais. Nesse caso, invista num ponto moderno com diferentes produtos. Mas há também a opção de trabalhar na própria residência.
Devido a grande procura no mercado pelo setor de serviços, os profissionais dessa área também podem trabalhar como assistentes em quiosques voltados para essa atividade. Como aconteceu no quiosque do próprio Bruno: “Já tive alguns assistentes trabalhando comigo, mas achar mão de obra nessa área é muito difícil. Se você quer mesmo seguir na carreira é preciso investir sempre no conhecimento para se manter no mercado”, sugere.
Outra opção de trabalho para os chaveiros é firmar contratos de prestação de serviços em empresas e seguradoras.
E o salário?
O chaveiro que trabalha para lojas e faz apenas as atividades mais simples podem ter uma renda de R$ 700/mês. Já os profissionais que investirem em serviços especializados e acompanharem o avanço do mercado podem chegar a renda de R$ 5 mil/mês em média.
A & B Chaves e Carimbos
De segunda a sábado, das 8h às 20h
Av. Bezerra de Menezes, 1012
(estacionamento do Hiper Bompreço)
Telefone: (85) 8899.4715 / 3023.8537
13 dicas importantes para você e suas chaves
Com alguns cuidados simples, você pode se tornar uma vítima menos vulnerável para os bandidos. Confira as dicas para uma maior segurança e diminuir as chances de você esquecer ou perder suas chaves.
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Não coloque identificadores/etiquetas em seus chaveiros;
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Ao perder uma chave, troque imediatamente a fechadura da porta;
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Jamais faça copias de chaves próximo da sua moradia. Lembre-se, o profissional que copia suas chaves, jamais deve saber seu endereço ou telefone.
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Permaneça junto ao chaveiro durante a confecção das chaves.
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Evite ao máximo deixar cópias das chaves na portaria do seu prédio;
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Troque as fechaduras quando se mudar para uma nova casa ou apartamento;
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Nunca esconda suas chaves na parte externa da sua casa. Tenha uma chave extra com algum amigo ou membro da família em quem você realmente confia;
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Certifique-se de que todas as janelas possuam travas que estejam funcionando corretamente;
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Sempre utilize cadeados de boa qualidade e que sejam resistentes;
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Utilize fechaduras tetra (conhecida como chave quatro lados) para aumentar a segurança de suas portas;
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Não deixe chaves em seu carro;
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Não é seguro deixar chaves do apartamento com empregados. Em caso de necessidade forneça somente a chave necessária e não todas do apartamento, permitindo assim o isolamento de algumas dependências privadas, mormente durante o repouso noturno. Os empregados podem ser atacados e forçados a abrir as portas de que possua as chaves, surpreendendo os demais moradores;
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Jamais coloque a chave de seu apartamento no mesmo molho de chaves do veiculo. O perigo surge ao deixar o carro num estacionamento particular, onde o manobrista pode providenciar uma copia e levantar o endereço ao anotar a placa de seu automóvel.